top of page

Munduruku

Munduruku do Planalto

A Terra Indígena Munduruku do Planalto fica na região do planalto santareno. É composta por quatro aldeias: Açaízal, Ipaupixuna, São Francisco da Cavada e Amparador. O território é margeado pelo lago do Maicá, região de várzea do rio Amazonas que banha as aldeias Ipaupixuna e Cavada.

 

A primeira reivindicação formal dos Munduruku pela demarcação de seu território aconteceu em 2008. Apenas em 2018, no entanto, o processo de demarcação foi aberto pela Funai, após ação do Ministério Público Federal (MPF) denunciando a morosidade do órgão.

 

Em 2017, os Munduruku publicaram seu protocolo de consulta e realizaram o processo de autodemarcação de seu território. A principal ameaça para a demarcação é o avanço da produção de soja, que divide fronteira com as terras indígenas. Os indígenas relatam clima de tensão constante com os sojicultores. Em janeiro de 2018, eles tentararam impedir que uma audiência convocada pelo MPF ocorresse dentro da terra indígena, e chegaram a agredir um agente da Comissão Pastoral da Terra.  

 

O cacique Josenildo Munduruku recebeu o projeto Álbuns Originários na aldeia Açaízal e apresentou ao projeto três famílias que compartilharam suas fotografias e lembranças.  

Foto da soja que cerca o território Munduruku no planalto santareno
Gol do campinho de futebol da aldeia Açaízal, que é cercado pela soja
Mãos do indígena Edno Colares Rodrigues fabricando chapéus com fibra de bananeira
Farmácia de remédios tradicionais da Aldeia Açaízal
Escola indígena da aldeia Açaízal
Igreja da Aldeia Açaízal

Maria Alves dos Santos

Montagem com quatro fotos coloridas e manchadas que mostram a família e amigos de Maria colhendo melancia na comunidade Piracuera, na Várzea Amazônica

Maria Alves dos Santos mora com seu filho, nora e neta na aldeia Açaízal. Ela tem 67 anos e é professora aposentada. Maria é a pessoa com mais álbuns de fotos em toda a aldeia. Professora aposentada, ela trabalhou por 36 anos nas escolas do município, a maior parte em escolas indígenas, e guarda muitas fotos de ex-alunos. Seu trabalho foi fundamental no processo de resgate da identidade indígena Munduruku na região.

Retrato colorido do rosto da professora Maria Alves dos Santos trabalhou por 33 anos em escolas da região
Foto da sala da casa de Maria. Ao centro, sua nora penteia o cabelo da filha, Marina, neta de dona Maria. Ao fundo, Maria entrando em seu quarto.

"A gente fotografa primeiro na emoção, mas depois vai ver e é um registro para a vida toda e se sente feliz por ter passado esses momentos todos com esses alunos. Tenho alunos que hoje são médicos, advogados, e quando me encontram eles ficam animados, "ôô, professora". Vendo as fotos eu lembro de todo mundo" - Maria Alves dos Santos

Maria e o cacique Josenildo sorrindo vendo fotos antigas em frente a uma mesa repleta de álbuns.
Cacique Josenildo Munduruku aponta para mapa do território autodemarcado em mapa. À esquerda, Marina, a neta de Maria, observa a cena sentada no chão.
O cacique Josenildo Munduruku segura um porta retratos que tampa seu rosto. Ele está sentado em uma cadeira de madeira em frente à janela da casa de Maria, e ao seu lado, a neta de Maria, Marina, também observa o porta retrato.

“Naquela foto lá do meu ex-marido atirando, [dá para ver] como era a nossa mata. Hoje não existem mais essas matas. Tudo virou campo de soja. O frescor da mata, o ar puro que a gente tinha, hoje é contaminado tudo” - Maria Alves dos Santos

 

Maria Sebastiana Colares Rodrigues

Fotopintura parcialmente danificada com rasgos e manchas mostra Manoel, filho mais velho da família, faleceu de hepatite, em 1979, aos 20 anos

Conhecida como Bar, Maria Sebastiana Rodrigues tem 49 anos e mora ao lado da casa de sua mãe, Maria Sabino Colares Rodrigues, que tem 85 anos. Maria Sabino teve cinco filhos, o mais velho, Manoel, faleceu aos 20 anos.

Fotografia colorida da família de Sebastiana segurando e vendo uma foto antiga. Da direita para a esquerda, Sebastiana, sua mãe, Maria Sabino, e sua irmã Maria Rozimery.
Fotografia colorida mostra abaixo do torso de Maria Sabino Colares Rodrigues, sentada em uma cadeira, com algumas fotografias antigas da família sobre seu colo.

"O meu avô, é pra eu achar a foto dele, a gente ia visitar ele na Cavada, a aldeia próxima, mas para atravessar para lá tinha o igarapé, a mamãe atravessava nadando e empurrando nós em cima de pedaço de pau. Minha mãe enfrentou todo perigo e se garantia. Ela ia nadando, levando nós em cima, era distante”. - Maria Sebastiana

Marlí Cruz da Silva e Leônidas Cruz da Silva

Página do álbum da família, com várias fotos coladas. À direita, sem camisa, Leônidas. Acima, a 3X4 do pai, José Xavier.

Marlí e Leônidas são dois dos nove filhos de Maria Cruz e José Xavier. Marlí tem 57 anos, e Leônidas, 55. Eles são vizinhos de terreno.

 

Marlí vive nessa casa desde 1982, quando saiu da casa dos pais, também na aldeia Açaízal. Já Leônidas morou um tempo em Manaus, época em que trabalhou na zona franca. Lá, ele comprou uma câmera Kodak, e quando voltou, se tornou o fotógrafo da aldeia.

Os irmãos Marli e Leônidas sentados em um banco de madeira diante de uma árvore. Atrás, a casa de Marlí. Eles são vizinhos de terreno.
bottom of page